– VERSIFICAÇÃO – é a arte ou a técnica de fazer versos.
– VERSO – é uma linha de um poema. Pode ou não ter sentido completo.
– RITMO – é o resultado da sucessão de sílabas fortes e fracas (tónicas e átonas) com intervalos regulares ou não muito espaçados. O ritmo é uma fonte de prazer estético auditivo. Pode apresentar-se lento e vagaroso, rápido e sincopado.
Exs.: Ritmo lento:
«Houve outrora um palácio, hoje em ruínas
Fundado numa rocha à beira-mar…»
(Gomes Leal)
Ritmo rápido: «Beijo na face
pede-se e dá-se.»
(João de Deus)
– RIMA – é a correspondência (identidade ou semelhança) de sons verificada a partir da vogal tónica
da última palavra de dois ou mais versos.
Ex.: «No plaino abandonado
…………………………
De balas trespassado
…………………………»
(Fernando Pessoa)
– Versos rimados – são os versos que rimam entre si.
Ex.: «A arte em nós se revela
sempre de forma diferente:
cai no papel ou na tela
conforme o artista sente.»
(António Aleixo)
– RIMAS
• Cruzada – os versos rimam alternadamente.
Ex.: «No dia de S. João a
Há fogueiras e folias b
Gozam uns e outros não a
Tal qual como os outros dias.» b
(Fernando Pessoa)
• Emparelhada – os versos rimam dois a dois ou três a três consecutivamente.
Exs.: «Cantando espalharei por toda a parte a
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.» a
(Luís de Camões)
• Interpolada – entre dois versos que rimam, há dois ou mais sem rima ou de rima diferente.
Ex.: «A cena é muda e breve: a
Num lameiro, b
um cordeiro b
a pastar ao de leve…» a
(Miguel Torga)
• Encadeada – a palavra final de um verso rima com outra situada no interior do verso seguinte.
Ex.: «Que alegre campo e praia deleitosa! a
Quão saudosa faz esta espessura…» a
(Tomás Ribeiro)
– Versos soltos ou brancos – são os versos que não obedecem a qualquer tipo de rima.
Ex.: «Em Junho, a fruta começa a apetecer,
Um homem passeia no cais e debulha
uma nêspera com ar de quem faz horas.»
(António Cabral)
– SÍLABAS MÉTRICAS – são os sons apercebidos pelo ouvido.
À contagem das sílabas métricas, dá-se o nome de escansão.
– Regras para a determinação do número de sílabas de um verso:
• A última sílaba tónica corresponde à ultima sílaba métrica.
• A vogal átona final e a vogal inicial (tónica ou átona) elidem-se, formando apenas uma sílaba métrica.
Conforme o número de sílabas que os constituem, os versos têm designações diferentes.
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- 1 sílaba Quanto à métrica, os versos podem ter:
- 1 sílaba (monossílabo);
- 2 sílabas (dissílabo);
- 3 sílabas (trissílabo);
- 4 sílabas (tetrassílabo);
- 5 sílabas (pentassílabo);
- 6 sílabas (hexassílabo);
- 7 sílabas (heptassílabo);
- 8 sílabas (octossílabo);
- 9 sílabas (eneassílabo);
- 10 sílabas (decassílabo);
- 11 sílabas (hendecassílabo);
- 12 sílabas (dodecassílabo).
– ESTROFES – são conjuntos de versos separados graficamente por um espaço e formando, geralmente, cada um, sentido completo.
Conforme o número de versos que as constituem, as estrofes tomam designações diferentes.
• Parelha ou dístico – estrofe de dois versos.
• Terceto – estrofe de três versos.
• Quadra – estrofe de quatro versos.
• Quintilha – estrofe de cinco versos.
• Sextilha – estrofe de seis versos.
. Sétima – estrofe com sete versos.
• Oitava – estrofe de oito versos.
. Nona – estrofe com nove versos.
• Décima – estrofe de dez versos.
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